No primero post desse blog questionamento a atitude do leitor caso alguma lei benefiasse sua categoria de trabalho em detrimento das outras categorias.

E se a lei fizesse que você (por um problema seu) atrapalhasse a vida de centenas de pessoas?

Vamos a um caso real:

Uma professora de inglês da rede municipal estranhou que sua aluna da 5ª séria tinha mais facilidade em redigir em inglês do que em português.

Na verdade ela com auxílio era capaz de montar frases em inglês, mas em português nem com auxílio.

Essa professora questionu a professora de português sobre a habilidade de redigir textos dos alunos daquela escola.

Professora Inglês: “Fulana, aluno X sabe escrever?”

Professora Português com cara de Não Sei: “Hann… “

Professora Inglês: “Quando você pede que os alunos façam redação, eles fazem?”

Professora Português com cara de E Eu Peço Algo Pra Eles?: “Ah, quando eu peço a maioria não entrega.”

Outra professora que presenciou a conversa ficou intrigada.

Como essa professora não conhece seus alunos? Como ela não sabe se o aluno sabe escrever ou não?

Em outra conversa com a professora de português ela entendeu tudo.

Ao ouvir a professora de português se referindo aos alunos como capetas, filhos do dêmonio, desgraçados, tudo ficou claro.

Também ouviu da professora que ela nunca quis ter filhos. Que não suporta crianças. Que diariamente não vê a hora de ir para casa e etc.

Essa professora não soube responder sobre seus alunos porque ela NÃO CONHECE seus alunos. Aliás, ela não tem o mínimo interesse em conhecer.

Aluno pra ela é um problema, não uma missão.

O que faz uma pessoa continuar num emprego que ela não gosta? Que não tem aptidão alguma?

Dinheiro? Estabilidade empregatícia?

Pois é. Ela é concursada.

Sendo assim ela não tem grandes obrigações e tem muitos privilégios.

Ela (entre licenças, compensações, faltas abonadas, professoras substitutas e etc) precisa ir até a escola e entrar na sala de aula.

Ensinar português é só um detalhe. Orientar os jovens não dá dinheiro nem dias de folga.

O que faz uma pessoa continuar num emprego que ela não gosta e que não tem aptidão alguma é a junção da oportunidade de ter privilégios eternos somado a um sistema que não possui nenhum interesse que qualquer instituição pública funcione.

Hoje se você tiver um diploma e passar em um concurso público você está feito. Não terá que trabalhar nunca mais e terá seu salário garantido todo mês.

Não há supervisão sobre o que é feito após o concurso. Há um jogo político e de interesses que fazem que os “chegados” fiquem sempre na vida boa.

É isso que faz um recém concursado ao cargo de Juiz matar outra pessoa no litoral paulista sem sofrer NENHUMA punição. Esse saberá fazer justiça, não é?

Como o país pode ser justo? Como pode dar condições igualitárias a todos? Como pode evoluir se as instituições essenciais estão permeadas de incompetência, má vontade e desonestidade?

Há tantas pessoas aptas a ensinar, com vontade de passar conhecimento e dar oportunidade aos jovens.

Mas isso não basta.

Da mesma forma que ouvimos que “bons políticos” não tem chance de fazer algo pela população quando chegam ao Poder, os “bons professores” são engolidos pelos problemas institucionais.

E o pior: alunos que tentam (já que há milhões que nem à escola vão) se instruir são boicotados e impedidos de ter acesso ao conhecimento BÁSICO!

Esses alunos virarão executivos ou marginais?

O que é melhor para o país? Escolas eficazes ou presídios lotados?